JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Alguns estudos têm relatado melhoria da qualidade do bloqueio peribulbar com o emprego de hialuronidase, enquanto outros concluem pela ausência de efeito. O objetivo deste estudo foi investigar a influência da hialuronidase sobre a pressão intra-ocular (PIO) e a qualidade do bloqueio peribulbar com ropivacaína a 1%. MÉTODO: Quarenta pacientes submetidos à cirurgia de catarata foram distribuídos de forma aleatória em dois grupos e submetidos a bloqueio peribulbar com 7 ml de ropivacaína a 1% em técnica de dupla punção, com hialuronidase 50 UI.ml-1 no Grupo A (n = 20) e sem hialuronidase no Grupo B (n = 20). As medidas de PIO foram realizadas com tonômetro de aplanação de Perkins em quatro momentos: M0 = antes do bloqueio (controle); M1 = 1 min após o bloqueio; M2 = 5 min após o bloqueio; M3 = 15 min após o bloqueio. A qualidade foi avaliada pelo método de Nicoll, baseado na redução da motilidade do globo ocular. RESULTADOS: As médias de PIO (mmHg) antes do bloqueio foram semelhantes nos dois grupos: 16,1 + 2,1 (A) vs 16,4 + 3,3 (B). Após o bloqueio, as médias de PIO foram significativamente menores no Grupo A em relação ao Grupo B nos três momentos: M1 = 11,7 + 2,4 vs 17,9 + 3,6; M2 = 8,2 + 1,9 vs 14,1 + 4,0; M3 = 5,3 + 2,1 vs 10,2 + 3,1. O comportamento intragrupos também foi diferente. No Grupo A, as médias de PIO foram significativamente menores em relação ao controle nos três momentos após o bloqueio; no Grupo B a média de PIO elevou-se em M1 e foi significativamente inferior ao controle em M2 e M3. As médias para os índices de motilidade do globo ocular (Nicoll) foram significativamente menores no Grupo A em relação ao B nos três momentos: M1 = 2,55 vs 3,65; M2 = 0,25 vs 2,2; M3 = 0,00 vs 1,00. CONCLUSÕES: Quando se emprega solução de ropivacaína a 1% adicionada de hialuronidase 50 UI.ml-1 em bloqueio peribulbar, os valores da PIO são menores e a qualidade do bloqueio é melhor do que quando se utiliza ropivacaína a 1% sem hialuronidase.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Some studies have reported improved quality of peribulbar block by adding hyaluronidase to the local anesthetic solution while others claimed no beneficial effect. This study aimed at investigating the influence of hyaluronidase on intraocular pressure (IOP) and the quality of peribulbar block with 1% ropivacaine. METHODS: Participated in this study 40 patients undergoing cataract surgery under peribulbar block who were randomly allocated to one of two groups according to the nature of the local anesthetic solution: Group A (n = 20), 1% ropivacaine (7 ml) supplemented with 50 IU.ml-1 hyaluronidase; Group B (n = 20), 1% plain ropivacaine (7 ml). IOP measurements were performed by means of a Perkins applanation tonometer in four moments: M0 = before block (control); M1 = 1 min after block; M2 = 5 min after block; M3 = 15 min after block. Quality was evaluated by Nicoll's method based on eye motility decrease. RESULTS: Mean IOP values (mmHg) before block (M0) were similar for both groups: 16,1 + 2.1 vs. 16.4 + 3.3. After blockade, mean IOP values were significantly lower in Group A as compared to Group B in the three moments after block: M1 = 11.7 + 2.4 vs. 17.9 + 3.6; M2 = 8.2 + 1.9 vs. 14.1 + 4.0; M3 = 5.3 + 2.1 vs. 10.2 + 3.1. IOP variations were also different within each group. In group A, mean values obtained in the three moments after block were significantly lower than control; in Group B, mean values significantly increased in M1 and were lower than control in M2 and M3. Mean eye motility scores were significantly lower in Group A as compared to Group B in M1 (2.55 vs. 3.65), M2 (0.25 vs. 2.2), and M3 (0.00 vs.1.00). CONCLUSIONS: When 1% ropivacaine supplemented with 50 IU.ml-1 hyaluronidase is used in peribulbar block, IOP values are lower and blockade quality is significantly better than when 1% plain ropivacaine is used.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Algunos estudios han relatado mejoria de la calidad del bloqueo peribulbar con el uso de hialuronidasa, en cuanto otros han concluido por la ausencia del efecto. El objetivo de este estudio fue investigar la influencia de la hialuronidasa sobre la presión intra-ocular (PIO) y la calidad del bloqueo peribulbar con ropivacaína a 1%. MÉTODO: Cuarenta pacientes sometidos a cirugía de catarata fueron distribuidos de forma aleatoria en dos grupos y sometidos a bloqueo peribulbar con 7 ml de ropivacaína a 1% en técnica de dupla punción, con hialuronidasa 50 UI.ml-1 en el Grupo A (n = 20) y sin hialuronidasa en el Grupo B (n = 20). Las medidas de PIO fueron realizadas con tonómetro de aplanación de Perkins en cuatro momentos: M0 = antes del bloqueo (control); M1 = 1 min después del bloqueo; M2 = 5 min después del bloqueo; M3 = 15 min después del bloqueo. La calidad fue evaluada por el método de Nicoll, fundamentado en la reducción de la motilidad del globo ocular. RESULTADOS: Las medias de PIO (mmHg) antes del bloqueo fueron semejantes en los dos grupos: 16,1 + 2,1 (A) vs 16,4 + 3,3 (B). Después del bloqueo, las medias de PIO fueron significativamente menores en el Grupo A en relación al Grupo B en los tres momentos: M1 = 11,7 + 2,4 vs 17,9 + 3,6; M2 = 8,2 + 1,9 vs 14,1 + 4,0; M3 = 5,3 + 2,1 vs 10,2 + 3,1. El comportamiento intragrupos también fue diferente. En el Grupo A, las medias de PIO fueron significativamente menores en relación al control en los tres momentos después del bloqueo; en el Grupo B la media de PIO se elevó en M1 y fue significativamente inferior al control en M2 e M3. Las medias para los índices de motilidad del globo ocular (Nicoll) fueron significativamente menores en el Grupo A en relación al B en los tres momentos: M1 = 2,55 vs 3,65; M2 = 0,25 vs 2,2; M3 = 0,00 vs 1,00. CONCLUSIONES: Cuando se usa solución de ropivacaína a 1% adicionada de hialuronidasa 50 UI.ml-1 en bloqueo peribulbar, los valores de la PIO son menores y la calidad del bloqueo es mejor de que cuando se utiliza ropivacaína a 1% sin hialuronidasa.